CPD, Servidor, Server Room. Todas essas definições acabaram evoluindo para uma infraestrutura integrada e inteligente de dados, armazenamento e comunicação: o data center.
Conforme a demanda pelos serviços do data center cresceu, sua infraestrutura também aumentou e os resultados propiciados pelo data center foram ampliados de tal forma que, hoje, o data center é ao mesmo tempo uma entidade de negócios e um amplo mercado de trabalho.
Recentemente esse ambiente evoluiu para um modelo de computação em nuvem e vem se tornando tendência em armazenamento de backup, aplicativos remotos, sistemas e softwares de toda uma cadeia de negócios e oportunidades que só faz crescer o número de possibilidades. Isso acontece porque a nuvem provê serviços resilientes, de rápida implementação e facilmente escaláveis. Na prática, o data center é a fonte de uma infinidade de serviços que fazem o mundo girar.
Esse é o caso, por exemplo, de data centers que oferecem toda a infraestrutura crítica para a continuidade dos processos de negócios de seus clientes. Para isso mantém um ambiente com geradores de energia, chaves de transferência, nobreaks/UPS, chaves de transferência, climatização de precisão e espaço físico. É um mundo de alta tecnologia que permite que outras empresas insiram seus servidores, informações e serviços dentro do espaço do data center. Este serviço ofertado é chamado de Colocation e é o modelo mais seguro e econômico de dispor serviços na Internet, sem se preocupar com questões de infraestrutura, disponibilidade, segurança e monitoramento. O Colocation reduz a necessidade de espaço físico próprio, custos de manutenção e investimentos iniciais.
Para entender melhor como funciona este tipo de serviço, vamos usar como exemplo uma loja virtual. Imagine que essa loja virtual gera muitos dados e transações de compra e de venda. Se esse website ficar indisponível, a loja para de operar. Ao invés de construir seu próprio data center, essa empresa de varejo pode optar por fazer o armazenamento de seus servidores dentro de uma infraestrutura confiável – inclusive do ponto de vista de fornecimento de energia –, preparada para ficar disponível 24 horas por dia. Para usufruir deste ambiente e desses serviços, a loja online pagará um custo mensal por isso. Para a loja, o benefício é que não será necessário fazer um grande investimento para ter sua própria infraestrutura. Ganha-se também na velocidade da implementação da infraestrutura que suporta o negócio. Outro resultado é a conquista da disponibilidade e da confiabilidade adequadas para os negócios ao custo de uma espécie de aluguel, sem a necessidade de se imobilizar capital em uma estrutura própria de data center (modelo OPEX). É importante destacar que, mesmo sendo o data center compartilhado como um condomínio com outras empresas ou até mesmo outras lojas virtuais, o ambiente garante que os dados da empresa que utiliza o Colocation estarão seguros e terão sua privacidade assegurada. Esse é o lado da empresa usuária do data center que oferece a modalidade de Colocation.
Já para o data center que aposta no modelo de Colocation, a vantagem é que sua infraestrutura será autossustentável e gerará renda a partir de seu serviço de data center. Isso será feito sem produzir ou acessar nenhum dado de terceiros. A preocupação maior para as empresas proprietárias de data center é sempre garantir a disponibilidade dos serviços. Para isso, é fundamental que os gestores deste ambiente assegurem-se de que estão utilizando os produtos que podem suportar de forma segura sua operação. Isso vale para os geradores de energia, UPS, ar condicionado de precisão, monitoramentos, soluções de transferências e softwares para configurações e acompanhamentos.
Se compararmos um data center com uma fábrica, estaríamos falando de uma fábrica que opera 24 horas por dia. Imagine que essa fábrica depende exclusivamente da disponibilidade e não pode parar. No caso do data center esta alta disponibilidade produz como resultado não produtos, mas serviços que garantem a continuidade dos negócios de seus clientes. Na maioria das vezes o valor agregado oferecido pelo data center a seus clientes é centenas de vezes maior do que as vantagens oferecidas por uma fábrica aos clientes dos produtos ali fabricados. Para entender um pouco as perdas que podem ser causadas se o data center parar, leia nosso post “Quanto Custa um Data Center Parado?”
É fundamental, no entanto, estudar a nuvem e serviços como o de Colocation no data center sem pensar apenas na redução de custo. Segundo o estudo Harvard Business Review: Business Agility in the Cloud, 70% das empresas entrevistadas para este relatório já adotaram o armazenamento em nuvem. Os fatores decisivos para isso foram a agilidade das respostas (32%), busca de inovação (14%) e de redução de custos (14%), além de outros apontamentos. Este é o cenário da revolução para empresas que não tomam os serviços de data center como sua atividade fim mas, por meio da contratação de serviços de terceiros, desejam usufruir das vantagens propiciadas por este ambiente.
No mercado financeiro, a situação é um pouco diferente: as instituições financeiras ainda preferem ter sua estrutura própria de data center para ter controle total de suas operações, uma vez que cada vez mais acessos a serviços bancários são realizados através da internet e de dispositivos digitais. Além disso, a demanda que um banco tem para armazenamento de dados e disponibilidade de banda é muito maior do que acontece em outros segmentos. Para atender, portanto, a demanda atual e futura, os bancos e seguradoras preferem manter seu próprio data center.
Para exemplificar, podemos fazer a comparação entre a área que um data center voltado para Colocation ocupa e o espaço que um data center de um único banco pode demandar. O data center do banco pode ser de 6 a 10 vezes maior do que o data center que atende clientes variados. Para alcançar mais agilidade de resposta, por outro lado, os bancos criaram suas próprias nuvens. Em geral, a instituição mantém pequenas estruturas de dados em suas agências bancárias, espelhando essas informações na sua estrutura de data center principal. É uma prática saudável e comum ter menores infraestruturas de servidores, como mini data centers dentro das agências bancárias. Essa arquitetura ajuda a instituição a diminuir as chances de latência na rede, algo que aconteceria caso todas as agências se conectassem de forma direta e diária ao data center principal. Isso causaria um significativo aumento de tráfego de dados e a resposta seria abaixo do esperado pelos usuários das redes bancárias. Daí a necessidade de que as agências contem com pequenos data centers, fáceis de administrar e sempre disponíveis para atendimento.
Como conclusão, podemos definir que o tipo de centro de dados que sua empresa irá utilizar depende tanto de sua atividade fim (aquilo que é sua atividade principal como empresa, como vender carros por exemplo), quanto de sua demanda e do impacto desses fatores sobre o crescimento de espaço físico para armazenamento dos dados. Para saber mais sobre esse assunto, veja nosso playbook de planejamento do crescimento de demanda de dados. Qual o perfil da sua empresa? Você acredita que possa virtualizar seus servidores em nuvem mantendo o mínimo de infraestrutura interna ou prefere investir em um novo data center próprio? As respostas a esses pontos ajudarão a definir o caminho a seguir.